segunda-feira, 5 de dezembro de 2011




Paliativo


Véu denso da noite,
Vem na penumbra me dizer,
No mais oculto das intenções o flerte,
Na sombra branda e sutil a verdade viver.

O caminho me aponte,
Que me tenham por tolo ser,
Venha abaixo a soberba imponente,
Tira de mim tão profunda tristeza merecer.

Pranto veemente no rosto constante,
Verei a força sem brilho vencer,
Será o fim de tola razão pautada doravante,
Será à hora do desejo ao vento se perder?

Coração fraco e distante,
A procura da alvorada amanhecer,
Esteve bem perto do ensejo a chance,
Mas se afasta e se vai ao frio entardecer.

O sol se poe no horizonte,
Meu dia não chega para ver,
A lágrima que agora canto forte,
Não queria a ela ceder.

Aquele sorriso vai fugindo do semblante,
A extensão de tal angustia agora sei,
É o coração esmagado em um instante,
E agora a minha tristeza se fez lei.

Pequenos momentos significantes,
As migalhas do sentimento banquete,
M'alma sedenta os espera ansiosamente,
Momentos alegrar, outros o choro único interprete.

Mas um manto de repouso cobrindo este,
Com sonhos vêem alimentar meu querer,
De que um dia não estejas de mim distante,
Quando todo o meu amor farei a ti conhecer.


Por Deny Silva

Nenhum comentário:

Postar um comentário