sexta-feira, 20 de abril de 2012

Os Zombadores




Quando Jesus foi levado por mãos ilegais, crucificado e morto (Atos 2:23), estava sendo vítima de crueldades quase inimagináveis. Nas horas que conduziram à cruz, ele foi ridicularizado, cuspido, esbofeteado e açoitado. Além disso, viu as pessoas entre as quais ele havia tão amorosamente trabalhado e ministrado preferirem que um assassino fosse solto em seu lugar. Após horas de maltratos, ele foi pregado numa cruz e erguido como um espetáculo público, mas, como é muito comum hoje em dia, o apetite cruel daquelas pessoas ainda não foi satisfeito. O tormento continuou: "Os que iam passando blasfemavam dele, meneando a cabeça e dizendo: Ó tu que destróis o santuário e em três dias o reedificas! Salva-te a ti mesmo, se és Filho de Deus, e desce da cruz! De igual modo, os principais sacerdotes, com os escribas e anciãos, escarnecendo, diziam: Salvou os outros, a si mesmo não pode salvar-se. É rei de Israel! Desça da cruz, e creremos nele. Confiou em Deus; pois venha livrá-lo agora, se de fato lhe quer bem; porque disse: Sou Filho de Deus. E os mesmos impropérios lhe diziam também os ladrões que haviam sido crucificados com ele" (Mateus 27:39-44).
Por que zombaram de Jesus enquanto ele estava pendurado numa cruz? Por que não? Os zombadores viam um perdedor desnudo, um homem completamente despido de sua dignidade. Como não sentiriam desprezo por um pobre coitado que falava de ser rei, mas ficou sem defesa contra seus inimigos? Na mente deles, a cruz segurava um fracassado: um homem que viveu na pobreza e morreu sem que ninguém fosse defendê-lo. Embora as palavras deles fossem mais cruéis, elas foram produzidas pela mesma mentalidade, reinante em nossos dias, que levou Ted Turner S milionário, ganhador da Copa Americana de Iatismo, dono de clubes esportivos, diretor do tremendo império dos meios de comunicação, marido de uma estrela de cinema, segundo a revista Time, o homem do ano etc. S a proclamar que os cristãos eram "perdedores". Embora Turner tenha pedido desculpa posteriormente, ficou evidente que ele cria que qualquer pessoa que colocasse a fé e a esperança em Jesus e não nela mesma estava fadada a ser um perdedor.
Por que zombaram? Porque, segundo Paulo, consideravam Jesus do ponto de vista da carne (veja 2 Coríntios 5:16). Ignoravam o fato, o que era imperdoável, de que ele tinha o poder de evitar esta má condução da justiça (Mateus 26:53). Vivendo contentamente no pecado, eles eram por demais cegos para ver que as mãos e os pés dele foram cravados, e suas roupas lhe foram retiradas para cumprir as Escrituras (Salmo 22:16-18). Incapazes de ver que Jesus era o Servo Sofredor de Isaías 53, eles mesmos cumpriram as palavras proféticas de Davi em Salmo 22:7-8: "Todos os que me vêem zombam de mim; afrouxam os lábios e meneiam a cabeça: Confiou no Senhor! Livre-o ele; salve-o, pois nele tem prazer".
Aquela "geração perversa" zombou do Jesus crucificado porque ela havia perdido o significado de seus milagres, de seus ensinos e de sua vida, mas três dias depois o maior de todos os sinais foi dado (veja Mateus 12:38-40). Três dias após ser visto como um fraco e pobre perdedor, Jesus foi declarado o "Filho de Deus com poder, segundo o espírito de santidade pela ressurreição dos mortos" (Romanos 1:4). Os que zombaram de Cristo naquela época e os que zombam de seus seguidores hoje parecem estar certos de ridicularizá-los, mas a ressurreição de Jesus (atestada por muitas testemunhas; 1 Coríntios 15:1-8) mostrou que as aparências enganam. O "perdedor" do Calvário triunfou sobre a morte e nos assegura que podemos dizer junto com ele: "Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?" (1 Coríntios 15:55).
A zombaria dos homens de então não afastou Jesus de sua missão, nem impediu que fosse vitorioso. Recebendo a inspiração de nosso Senhor, é imprescindível que nós que o servimos hoje não permitamos que a zombaria da nossa fé nos impeça da nossa missão e assim nos tire a vitória. "Graças a Deus, que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo. Portanto, meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão" (1 Coríntios 15:57-58).

-por John Gibson

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