A razão consciente,
Esta se faz perante mim ausente,
É o que resta de uma mente dormente.
Salvo conduto,
Alma livre por um minuto,
Em madrugada sob céu escuro.
Volto ao mesmo ponto,
Dos meus paradigmas confronto,
E com meu estado de espírito o terrível encontro.
Crer em um “eu” melhor,
Tirar a face do pó,
Tirar tempo e desembaraçar o nós.
O febril raciocinar em mente,
Desprovida de sentidos, duvida intermitente,
É quando coração me engana, este insolente.
São nestas noites escuras
Que me vêem inspirações em palavras nulas,
Mas ainda este ser às declama e às insinua.
Longe vagante pensar,
De um mundo que aprendi e imaginar,
A utopia de alma que teima em sonhar.
Trazei-me de volta à lembrança,
As virtudes e simples desejos de criança,
Apagar as dores desta falta de esperança.
Rogo por ti alma minha,
Não sabes o que ti esperas nos decisivos dias,
Que tenhas forças, com o incerto lidas.
Um fim que não pré-vejo,
Mas esperanças me dão ensejos,
Minha alegria refém dos meus desejos.
E a vida é engraçada,
Alegrias e espadas,
Fugidia os dias da jornada.
O luto e a alvorada,
A esperança no peito guardada,
Contagia, mas ainda não diz nada.
Paz alicerçada,
Não se esconde o grito da alma,
Ouvem-se da’lém dos montes as palavras.
Uma onda que devasta,
A cidade sitiada,
E no pensamento lembranças vagas.
Tristeza calada,
E com ninguém partilhada,
Somente a quem me entende nesta madrugada.
Mas a vida é mesmo engraçada,
Por isso agradeço pela vida a mim dada,
E por um coração que não desiste e não para.
Continuo na caminhada,
Caminho estreito esta estrada,
Não sei realmente como ainda me recupero das enumeras ciladas.
Por Denielton Silva
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