sábado, 20 de agosto de 2011



Cidade Em Mim

Esta é minha cidade, cidade litorânea,
Para minhas vistas, a que vejo,
Cheia de hipocrisias, 
Vazia, estranha.

Estes são os dias iguais a todo domingo
Para meus sentimentos, a que sinto,
Silenciosos, cinzas e frios.

Estas são minhas palavras sem cor,
Para minha alma, ao instinto,
Cruciante, desconcertante dor.

Estes são meus atos desprezíveis,
Para meu coração, ao que comete,
Os erros, tão comuns e previsíveis.

E minha partida, que custa tanto,
Alguém se importaria?
Notariam por acaso meu pranto?

Não, não o meu pranto ou tristeza,
Há uma nova vida agora,
Resquícios é o que restam da riqueza.

Custa tanto minha vida notar,
Mesmo ao alcance dos olhos?
Quando maçã do rosto, uma lagrima a rolar.

São mórbidos sofreres sem saída,
Falta ar, dói no peito isso,
E a indiferença essa chaga ferida?

Dói dor de desatino,
É incontrolável e tão forte,
Insuportável e sem alivio.

Mas este litoral terá fim.
A cidade que esqueceram de interditar,
Essa destruição, paliativo tolo para mim.

Dentro de mim morreu semente,
Sim, pois o quinhão não se foi,
Quando a solução era essa somente.

A adaga da decepção enterrada no peito,
Não parou ainda e não teve fim,
Eu sinto colaterais todos os seus efeitos.

Muitos querem de mim todo dia um sorriso,
Para que querem tal prazer?
Não há como, como isso?

Depois de ter nadado tanto,
Agonizando na areia da praia,
Nada tenho, e nem me espanto.

Pra mim é mais comum o não ganhar,
Mas eu sempre faço o meu melhor,
Não desisto, nem me permito no fracasso pensar.

Tudo foi naqueles dias, 
Tudo por causa da ocasião,
Mas agora me permito novas vistas.

Preparo-me pra a nova alvorada,
Um mundo novo que criarei,
Com uma esperança imortal e de asas alada.

E como eu gostaria de não esta aqui,
Aqui dentro de mim,
A brisa do mar não traz alivio, mas frio,
E não parece isso ter fim,

Mas mesmo assim continua coração a seguir.


A alma continua a estrada até a bela alvora vir,
Nesta cidade que podem derribar-lhes os muros,
Mas o alicerce é eterno, é firme.


Por Deny Silva



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